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Capítulo 4. MÉTODOS DE INVESTIGAÇÃO QUALITATIVA




Inquérito Qualitativo


Os inquéritos qualitativos utilizam perguntas abertas que suscitam respostas longas e escritas com o objetivo de revelar opiniões, experiências, narrativas ou relatos. São muitas vezes um precursor útil de entrevistas ou focus groups, uma vez que ajudam a identificar temas ou questões que devem ser mais explorados na investigação. O principal objetivo de uma pesquisa qualitativa não é estabelecer frequências, meios ou outros parâmetros, mas determinar a diversidade de algum tópico de interesse dentro de uma determinada população – é um estudo da diversidade, não da distribuição, em uma população (Jansen, 2010).

Os inquéritos qualitativos podem ser indutivos (abertos) ou dedutivos (pré-estruturados). Nos inquéritos indutivos, os objetos/tópicos, dimensões e categorias relevantes são identificados através da interpretação de dados brutos, enquanto nos dedutivos a diversidade a ser estudada é definida previamente, e o objetivo de uma análise descritiva é apenas ver quais das características pré-definidas existem empiricamente na população em estudo. Embora os pesquisadores qualitativos equiparem a pesquisa qualitativa à indução, Jansen (2010) sublinha que pesquisas pré-estruturadas focadas na análise da diversidade em oposição à distribuição numérica também são consideradas pesquisa qualitativa.

Uma vez que o objetivo de um inquérito qualitativo é estudar a diversidade de um fenómeno na população-alvo, a amostra de diversidade deve ser selecionada propositadamente, com o objetivo de abranger todas as variedades existentes do fenómeno (saturação).

A coleta de dados é geralmente realizada por meio de questionamentos de pessoas, enquanto o pesquisador quer conhecer as relações entre as características das unidades, ou seja, os padrões das categorias, a fim de explicar a diversidade no objeto de estudo. Três métodos principais de administração de inquéritos qualitativos são os seguintes:

  • inquéritos presenciais – o investigador faz ao participante uma ou mais perguntas abertas e observa as reações do participante, o que lhe permite fazer perguntas de acompanhamento para obter uma resposta mais detalhada. Estes inquéritos são gravados em áudio e transcritos.
  • inquéritos telefónicos – o investigador faz ao participante uma ou mais perguntas, mas não consegue ver as suas respostas faciais ou comportamentais, perdendo assim potenciais pistas para fazer perguntas de acompanhamento.
  • Inquéritos em linha – As perguntas abertas são apresentadas aos participantes por escrito por correio eletrónico, muitas vezes juntamente com perguntas de investigação quantitativas sobre o mesmo tema. Algumas informações contextuais ou definições-chave podem ser fornecidas para enquadrar a perceção dos participantes sobre as perguntas. Geralmente, obtêm-se respostas diversas (de breves a detalhadas, vagas).

A vantagem de um inquérito por questionário em relação a uma entrevista prende-se com o facto de muitas pessoas poderem ser interrogadas ao mesmo tempo; Pode ser enviado por e-mail, recolhendo assim dados de uma região mais vasta. É também rentável. No entanto, a confiabilidade das respostas depende da sinceridade dos participantes, enquanto as perguntas podem ser enganosas/indutoras, provocando respostas que não são essenciais para o sujeito da pesquisa. As perguntas devem ser o mais neutras possível para não revelar as expectativas do pesquisador.

Para garantir o sucesso de um inquérito, é importante descrever educadamente o seu objetivo no topo do questionário. O facto de o inquérito por questionário ser anónimo deve ser realçado, bem como o facto de as respostas serem utilizadas apenas para fins de investigação, e de o objetivo do questionário não ser testar os conhecimentos dos inquiridos e, portanto, não pode haver respostas corretas ou incorretas. É importante afirmar que os entrevistados devem sentir-se livres para expressar suas opiniões ou atitudes.