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Módulo 5: Avaliação da validade




Conteúdo, critério e validade de construto


No campo da medição psicológica, o conceito de validade permanece como uma pedra angular, garantindo que uma escala meça com precisão os constructos psicológicos que pretende avaliar. É a espinha dorsal da medição, refletindo o grau em que um instrumento mede o que pretende medir. Sem uma base sólida de validade, os dados derivados de medições psicológicas podem não ter a credibilidade e a relevância necessárias para informar a pesquisa e a prática. Para abordar esta questão fundamental, os psicólogos desenvolveram diferentes tipos de validade que servem propósitos distintos e fornecem perceções matizadas sobre a qualidade das ferramentas de medição. Esta revisão abrangente aprofunda o conteúdo, o critério e a validade de construto, desvendando suas definições, desenvolvimentos históricos, perspetivas contemporâneas e aplicações práticas. Exploraremos o seu significado na investigação psicológica e os métodos utilizados para os avaliar.

A validade de conteúdo é a medida em que os itens dentro de uma escala psicológica representam de forma genuína, abrangente e precisa o construto específico direcionado para medição (American Educational Research Association, American Psychological Association, & National Council on Measurement in Education, 2014). Em termos mais simples, garante que os itens dentro da escala não sejam apenas relevantes, mas também estreitamente alinhados com o traço psicológico, comportamento ou atributo que está sendo examinado.

O conceito de validade de conteúdo pode ser rastreado até o desenvolvimento de testes educacionais e psicológicos no início do século 20. Sua importância foi reconhecida por psicólogos educacionais como E. L. Thorndike, que enfatizaram a necessidade de os itens de teste representarem o conteúdo que pretendiam medir. Desde então, a validade de conteúdo evoluiu e encontrou aplicações em diversos campos da psicologia, desde a psicologia clínica e de aconselhamento até a psicologia educacional e industrial-organizacional.

A validade de conteúdo continua sendo um componente crítico do desenvolvimento da escala psicológica. Com os avanços na teoria e tecnologia de medição, os métodos para avaliar a validade de conteúdo tornaram-se mais sofisticados e sistemáticos. Os pesquisadores estão continuamente refinando suas abordagens para garantir que as escalas capturem de forma abrangente os constructos de interesse.

A validade de conteúdo é avaliada por meio de técnicas como revisões de especialistas, geração de itens e a Razão de Validade de Conteúdo (CVR). As revisões de especialistas envolvem a avaliação de itens da escala por indivíduos com conhecimento do assunto, que avaliam fatores como relevância, clareza e representatividade. O CVR fornece uma medida quantitativa do consenso de especialistas sobre a relevância do item.

A validade de conteúdo é vital ao desenvolver escalas de medição que abranjam construtos multifacetados, como autoestima, satisfação no trabalho ou traços de personalidade. Para garantir a abrangência e a precisão da escala, os pesquisadores se envolvem com especialistas na área, refinam itens e calculam pontuações CVR. O processo iterativo garante que os itens efetivamente exploram os elementos essenciais do constructo, aumentando a qualidade e a validade da ferramenta de medição.

A validade de critério avalia até que ponto uma escala psicológica pode prever ou correlacionar-se com critérios ou resultados externos. Trata-se de comparar os escores obtidos em uma nova escala com aqueles de um critério bem estabelecido, que serve de referência para o construto que está sendo medido.

O desenvolvimento da validade de critério está enraizado nos primórdios da psicometria, quando pioneiros como Charles Spearman lançaram as bases para abordagens estatísticas da validade. A validade de critério tem sido significativamente utilizada em testes educacionais, psicologia clínica e psicologia industrial-organizacional.

A validade de critério continua a ser um tipo crucial de validade, especialmente em campos aplicados. Os avanços nas técnicas estatísticas e o desenvolvimento de medidas de critério mais sofisticadas aperfeiçoaram os métodos de determinação da validade dos critérios.

Os investigadores avaliam a validade de critérios através de métodos como a validade simultânea e preditiva. A validade concorrente examina a relação entre a nova escala e uma medida de critério estabelecida ao mesmo tempo. A validade preditiva avalia a capacidade da escala de prever critérios ou resultados futuros.

A validade de critério é instrumental quando os pesquisadores pretendem determinar a aplicabilidade no mundo real de uma ferramenta de medição. Por exemplo, no campo da psicologia clínica, uma escala de depressão pode ser validada através da avaliação da sua capacidade de prever diagnósticos clínicos feitos por profissionais de saúde mental. Este tipo de validade ajuda a estabelecer a relevância prática e a utilidade de uma ferramenta de medição.

A validade de construto diz respeito aos fundamentos teóricos de um constructo psicológico e à forma como uma escala mede o traço ou característica psicológica pretendida. Avalia o grau em que uma ferramenta de medição captura a complexidade e a natureza multifacetada de um constructo.

O conceito de validade de construto ganhou destaque com o advento dos testes psicológicos. Em meados do século 20, pioneiros como Lee J. Cronbach forneceram insights sobre a natureza multifacetada das construções e a necessidade de validação rigorosa. Desde então, a validade de construto tem sido um foco central no campo da medição psicológica.

A validade de construto continua sendo uma área vibrante de pesquisa, com psicólogos contemporâneos explorando suas nuances no contexto de construtos multifacetados e métodos modernos de medição. Os investigadores estão a desenvolver e a aperfeiçoar técnicas estatísticas avançadas para avaliar a validade de construto.

Os pesquisadores empregam técnicas como análise fatorial, validade convergente e discriminante e análise multitraço-multimétodo (MTMM) para avaliar a validade de construto. A análise fatorial ajuda a identificar as dimensões subjacentes de um construto, enquanto a validade convergente e discriminante examina as relações da escala com construtos relacionados e não relacionados. A análise MTMM fornece informações sobre as relações entre múltiplas características e métodos de avaliação.

A validade de construto é essencial quando os pesquisadores investigam construtos complexos como inteligência, personalidade ou atitudes. Por exemplo, um novo teste de inteligência deve demonstrar que mede a natureza multifacetada da inteligência, mostrando validade convergente com outros testes de inteligência estabelecidos e validade discriminante de construtos não relacionados. O estabelecimento da validade de construto garante que a ferramenta de medição capture a riqueza e a complexidade do traço psicológico visado.